Thursday, February 9, 2012

"Pérdoname"


Esta noite sonhei com o meu Poeta....seu nome? Diniz....com “z”, antigo no tempo e na alma gémea que foi e não quis continuar a ser...

A partilha e o amor eram uma constante na nossa história de encantar.

Penso que, um dia, dará um bom livro...daqueles com pequenos grandes pormenores e que nos fazem sonhar, sair do chão, voar...

Mas, a história é isso, porque foi vivida de forma inacabada...

Ficaram interrogações e, em tempos idos, muitas saudades....daquelas que esfaqueiam o peito, são dramáticas e nos fazem querer morrer para não sofrer...não daquela forma, tão traiçoeira e descampada...

Mesmo assim, gosto de recordar o carinho, o olhar, a cumplicidade, o amor pelas palavras e pela sua intensidade, a partilha das músicas, dos gestos de ternura...daquilo que já não há....

“Pérdoname” lembra-me a Lisboa desses tempos e a história de uma Gaivota que, um dia, bateu na janela das águas furtadas de um Poeta, em Belém, e ali se encantaram e pararam num tempo que vive dentro de uma caixinha de recordações, cartas escritas à mão, fotografias, amor, tristeza, raiva e desilusão...

É nas caixas que costumo arrumar pedaços de mim.

Esta, em particular, tem uma Gaivota pintada à mão...lá dentro, conversa com o Poeta, fechada na tampa que lhe coloquei, que o Passado já passou e não o quero ouvir.

“Pérdoname”, Gaivota....Poetas como aquele já não há...até ele deixou de existir....


1 comment:

Anonymous said...

Uma vez que já deixou de existir, como bem escreves, faz com que deixe de existir mesmo... O passado foi lá atrás, já dizia a música e das recordações deve apenas ficar o gosto bom que nos deixaram, não a saudade de querer voltar. Viver preso ao passado corta as asas de voar em frente...
By the way, a música é linda, mas passa tantas vezes nas rádios que um dia destes já é banal....
beijos Carla Matilde