Thursday, July 24, 2014

Tonta de mim...



Há alturas, na vida, em que não gostamos de nada:

Começa por nós, pela roupa, pelas carteiras, passa pela paciência em falta e desagua na saturação de cansaços acumulados e alguma tristeza vinculada a desilusões e expectativas goradas.

Há alturas em que não há pedaços de tempo que nos façam libertar o grito de agonia e desespero…

A mente é uma sequência de imagens e acontecimentos sem intervalo.

Como consigo parar isto e restabelecer o equilíbrio sem, necessariamente, voltar atrás no tempo e na vida?

Estou à porta da sala de aula de Pilates – a professora está de férias, mas vim à aula de substituição.

Sinto-me além… noutro corpo, ausente de sorrisos e gargalhadas e vontade…

Onde é que eu me meti?

Onde foi que me perdi?

Preciso juntar os cacos, se é que me parti…

Se me esfumei, onde encontro um alquimista que transforme o meu estado?

Se é meu, talvez seja eu a única que pode mudar o interruptor de “off” para “on”…

E a vontade?

Quiçá, pensar no resultado final antes de começar o processo ascendente de reestruturação…


Saí da aula inteira… não completa, mas inteira… falta-me a alegria genuína que tão bem me adjectiva e caracteriza…

Sinto-me dentro de um fado…

Vivo entre sonhos e pesadelos…

Não sou indiferente ao que sinto e não sinto em mim…

Preciso acalmar a mente

E abrir aqui uma janela da alma que ilumine o interior…

Ser coerente no meio da balbúrdia deste mundo…

Ser um mundo inteiro dentro de mim…

Inteira, imensa e completa…

Preciso de me reencontrar… em mim, na roupa, nas carteiras que vou vender, no cabelo que precisa crescer…

“Que Deus me perdoe”, esta tristeza que se instalou em mim e não vai embora…
 
 

 

Wednesday, July 9, 2014

A mágoa na voz

 
São muito poucas as pessoas que me conseguem magoar…
Porque já são muito poucas aquelas de quem gosto verdadeira e genuinamente.
Quando  me rasgam alguns pedaços
Sinto vontade de ser concha e viver no fundo do mar
Onde a paz é rainha e impera sobre os males do mundo
Deixando um rasto de azul de céu na profundeza dos oceanos.
Gosto de sentir Paz
E quando deixo que me atinjam
Estou a abrir mão das coisas que são mais importantes.
Por isso
A partir de hoje
Fechei uma janela
E antes de a reabrir, terei cuidado
Para não calcarem retalhos de afectos.