"Não adianta levar o corpo pra passear
Se a alma não sai de casa"
Martha Medeiros
Há segundos que parecem anos de vida.
Há Passados que não largam o Presente.
Quando quero voar e as asas estão presas, sinto-me sufocar...
Como se a alma e o coração se inundassem de um sangue quente, fossem átomo e vulcão, Hiroshima prestes a explodir com a promessa de deixar estilhaços e tatuagens no corpo e na mente.
Como fico leve, mesmo sem voar, quando as minhas penas desenham letras, palavras, textos, sensações e confusões num mero papel...
Este é o meu escape, o meu refúgio, o meu cantinho dos sonhos, a obra literária que não quero agora editar.
Estou parada no meio do caminho sem saber para onde ir.
Cansada.
Exausta.
Triste.
Não há semáforos, nem cruzamentos... apenas uma estrada imensa...
Olho em frente e o sol alimenta-me... é a luz da esperança.
O caminho não é fácil, mas preciso continuar.
Prometo cuidar da minha agenda como de uma fiel companheira se tratasse.
Vou agendar encontros comigo, fazer meditação, marcar mais encontros com os meus grandes e preciosos amigos.
Preciso reencontrar, dentro de mim, a Paz e o Amor, para me equilibrar e, novamente, me transformar na mulher forte que sempre fui.
Vou seguramente continuar a escrever e ser mais disciplinada no viver e no conviver.
Não sou eu quem diz que os Afectos curam?
Cada um pode curar-se.
Vamos gostar ainda mais de nós.
Parece que as asas querem abrir...
O escorpião renasce das cinzas...
Sorrio...
Já consigo voar outra vez e a minha alma não fica em casa... vai comigo e com a minha agenda e os afectos e tudo...
Sou uma casa imensa, mas bucólica e campestre, onde as coisas mais simples e bonitas têm lugar: os livros, os girassóis, os budas, as músicas da Enya...
Está na hora de prosseguir caminho.
A Gaivota vai, novamente, voar...
Que Paz!....
