Começa por nós, pela roupa, pelas
carteiras, passa pela paciência em falta e desagua na saturação de cansaços
acumulados e alguma tristeza vinculada a desilusões e expectativas goradas.
Há alturas em que não há pedaços de
tempo que nos façam libertar o grito de agonia e desespero…
A mente é uma sequência de imagens e
acontecimentos sem intervalo.
Como consigo parar isto e
restabelecer o equilíbrio sem, necessariamente, voltar atrás no tempo e na
vida?
Estou à porta da sala de aula de
Pilates – a professora está de férias, mas vim à aula de substituição.
Sinto-me além… noutro corpo, ausente
de sorrisos e gargalhadas e vontade…
Onde é que eu me meti?
Onde foi que me perdi?
Preciso juntar os cacos, se é que me
parti…
Se me esfumei, onde encontro um
alquimista que transforme o meu estado?
Se é meu, talvez seja eu a única que
pode mudar o interruptor de “off” para “on”…
E a vontade?
Quiçá, pensar no resultado final
antes de começar o processo ascendente de reestruturação…
…
Saí da aula inteira… não completa,
mas inteira… falta-me a alegria genuína que tão bem me adjectiva e caracteriza…
Sinto-me dentro de um fado…
Vivo entre sonhos e pesadelos…
Não sou indiferente ao que sinto e
não sinto em mim…
Preciso acalmar a mente
E abrir aqui uma janela da alma que
ilumine o interior…
Ser coerente no meio da balbúrdia
deste mundo…
Ser um mundo inteiro dentro de mim…
Inteira, imensa e completa…
Preciso de me reencontrar… em mim,
na roupa, nas carteiras que vou vender, no cabelo que precisa crescer…
“Que Deus me perdoe”, esta tristeza
que se instalou em mim e não vai embora…
Cada
vez mais, é mais difícil ser genuinamente alegre.
São
precisos anos de formação da nossa personalidade.
Peguemos
nela para a moldar ao nosso sentir e construir uma carapaça anti-repelente
contra tudo o que é menos bom, contra pessoas que se alimentam de, e fomentam
desgraças…
Vamos
apregoar “Adeus, Tristeza” com um “Bom dia, Alegria”…
Nada
é fácil.
Nada
é gratuito.
Mas,
tudo vale a pena!
Se a
alma não é pequena?
A
minha, não é… vive em mim uma gigante feliz de sonhos e realizações.
Cabe
a cada um cuidar do seu jardim, alimentá-lo, rega-lo como o principezinho com a
sua rosa.
Apetece-me
inspirar o sol, de olhos fechados e visualizar o mar.
Praticas
zen para equilibrar corpo e mente.
Sentir,
sentir, sentir!
E
que a nossa vida seja feita de sensações e coisas boas!
Depois
de assistir a esta entrevista ( link abaixo) e ter concordado com tudo o que este ser humano
fantástico disse, não poderia deixar de prestar uma pequena homenagem e
sublinhar junto das pessoas que me lêem, para acordarem para a vida.
Infelizmente,
muitas das pessoas são felizes e não sabem.
Só
quando algo menos bom nos bate à porta é que conseguimos distanciar-nos do
nosso ego e usufruir das pequenas grandes coisas deste imenso universo.
Sentir
o sol na pele, terá um sabor mais intenso e quente… olhar o mar e ficar no
vazio de olhar o infinito terá outra perspectiva – e sempre positiva, de
esperança e alimento da alma…
Ler
um livro não será apenas a história de um somatório de folhas e palavras e
passa a ser um mundo onde mergulhamos por inteiro e usufruímos de cada emoção
descrita, pensada, sonhada pelo autor.
Passamos
a ser, genuinamente, pessoas de afectos, atentos a pormenores.
O
dinheiro não é nada.
A
saúde? Não há dinheiro que a compre.
A
distracção pode custar caro… por isso mesmo, sejam felizes hoje e sempre!
Entrevista de Manuel Forjaz ao "Alta Definição" em Março de 2014:
Este mes de Marco, tive o privilegio de assistir a dois concertos fabulosos no Coliseu do Porto: no dia internacional da mulher, Rita Guerra com a sua voz e a sua alma tao bonitas... Conseguiu embalar e embelezar uma das salas mais emblematicas da cidade.
No dia 21, uma dupla de peso: Ana Moura e Antonio Zambujo... Como diria Miguel Araujo Jorge, na sua pagina de facebook: "que concertao!!!"...
Comecaram pelo fado tradicional, passaram pelas mornas cabo-verdianas, homenagearam Fausto com "o barco vai de saida", dancaram, encantaram...
Estes momentos sao únicos na vida!
Ficam guardados em prateleiras de bons momentos no cantinho das memorias do nosso coracao...
Foi
no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.
A
amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se
poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso
mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!
Lembro-me
que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias
na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.
Eu
não sabia.
Nem
imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir
fazer uma coisa dessas”…
Palavra
que fiquei meia atónita!
Onde
está a dificuldade?
É
escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.
Eu
adoro o verbo ir…
Adoro
aeroportos, férias, sol, praia e mar.
Por
isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num
resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti…
durante uma semana, só falei espanhol e inglês.
No
hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu
estar sozinha.
Alcudia
é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.
Pelo
que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas,
alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada,
está sozinha”.
Coitada,
nada!
Estava
sozinha por opção e foi muito bom.
Ao
longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem
com elas próprias.
Imagino
que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é
dramático em nada: é a realidade.
Cabe-nos
a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.
Algumas,
muito boas, por sinal.
Eu
adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.
Tinha
o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.
Não
é uma bênção?
Que
paz!... só eu e a natureza…
Fazia
caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…
Ainda
hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de
praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das
mesmas a quase desmaiar na areia…
No
final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me,
pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e,
bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos”
( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona
da loja).
Adoro
viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.
Sinto
que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.
Sinto-me
leve e animada para “começar de novo”.
Querem
um conselho?
Soltem
as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!
Respirar
implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…
As
sensações e emoções dominam tudo.
Aprender
a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver
bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma
sensação de plenitude e harmonia imensas.
Quem
arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
Como
disse numa mensagem publicada ontem à noite, muitos textos poderiam ser
escritos sobre o meu pai, mas só uma palavra me ocorria na noite passada:
Orgulho!
Já
há algum tempo que não escrevo: não porque não tenha o que dizer, mas porque me
faltava aqui dentro um click e uma sequência que me faça libertar as emoções e
os pensamentos ( sempre ligados, conectados e abençoados pela vida).
A
propósito das muitas mensagens publicadas sobre o Dia do Pai, apeteceu-me muito
escrever sobre o meu.
Tudo
o que possa dizer aqui é muito pouco para o que sinto e para o valor imenso que
o meu pai tem.
Claro
que, para mim, ele foi e é o melhor pai do mundo, não é paizinho?
O
que te aconteceu foi uma injustiça enorme… quem diria que, ias entrar num
hospital privado para fazer uma cura de sono e sair em coma, provocada por uma
paragem cardio-respiratória, por falta de monitorização e assistência?
Mas,
nós somos fortes, não é, pai?
Passaste-me
valores e afectos que são de fibra e resistentes a toda a crueldade.
No
meio do menos bom, sinto-me feliz por estares num lugar onde, para além de
excelentes profissionais a cuidar de ti, tens pessoas que são gente com os
mesmos valores que nós.
São
uma segunda família para ti, para mim e para a mãe.
Nunca
estivemos tão unidos.
Nunca
fomos tão fortes.
Tu
sabes que, mesmo longe, eu estou sempre por perto… eu sei que sentes a minha
presença…acho, até, que consegues ouvir as minhas palavras a dizer “Força, pai,
vais conseguir… não desistas… reage”… para além de todo o mimo que recebes e
demonstras através de um beicinho único e irresistível.
Há
coisas que não se explicam.
Encontrei
na Amarante uma segunda cidade, um local acolhedor, com gente que se preocupa e
nos acarinha.
Gosto
de ver sempre o lado positivo das coisas.
Tu
sabes que sempre gostei do sol e do mar.
Gosto,
não só de os observar, mas de os sentir e ser sol e mar também.
Pode
parecer presunção, mas é a minha verdade.
Sou
muito grata às pessoas que cuidam de ti diariamente… São uns anjos que caíram do
céu… e são anjos reais, pai!
Faltam
dois dias para estar contigo: não falho os fins-de-semana, feriados e dias de
férias: não é obrigação – é amor!
Não
vejo a hora de sábado chegar!
Já
falta pouco para mais mimo, pai!
Há
lá coisa melhor que este preenchimento da alma!
Cruzamos o Alentejo com "rebanhos de saudade" e fazemos uma ponte uma mescla de culturas da mais tenra à madura idade. Estes rios são sangue são alma são gente. As músicas podem ser encontros de vidas estórias e sentimentos. Quando ouço Zambujo gosto de fechar as pestanas e sentir o latejar de cada palavra entrar e reencarnar em personagens em papoilas em prados verdes e infinitos. Não tenho palavras para algumas vozes Nem voz para algumas palavras. Trazem asas para voar e sorrir e viver.
E quando a saudade nos rasga ao meio e saiem cartas de amor, frases que dizem "Que saudades de ti", abraços e colos com cheiro da pele do outro, tatuagens musicais, paisagens interiores, olhares demorados, quentes, fortes, instrínsecos, apaixonados, com elos de cifras e alianças...
Esta saudade bonita e que magoa é, no mínimo, estranha mas, quando se amou com a extensão do corpo, da alma e de todo um universo de sonhos e problemas...
Guardo sempre os meus grandes amores e as saudades.
Às vezes, choro.
Às vezes, sorrio.
Importante, é viver e ter vivido.
Importante é abrir as janelas e as portas e deixar bons ventos entrar...
Nem sempre tudo é mau...
Quando o choro quer sair... deixá-lo correr... um dia, ele cansa e transforma-se numa ternura bonita bem guardada numa caixinha do coração.
Sinto que, já morri e renasci muitas vidas.
O caminho é um só.
Os meus quarenta anos são noventa de vivências, experiências e emoções.
Cada um tem a sua história.
A minha, um dia, volta ao começo e passa a livro... folhas em branco revestidas de praias, quartos de luar e preenchidas com almas de pessoas com e sem valor.
Vou aquecer o frio da alma com o calor das metáforas.
Vou partilhar...
O preço de continuar a amar depois do fim é danado...
Perante tamanhos carregos e exageros, parece-me
a mim que, o fígado do mundo está encharcado.
Transformou-se num feijão de raiva, inveja,
olhos fulminantes e almas de hipocrisia e interesse.
Não vale a pena dar-lhe ansiolíticos ou
calmantes.
Sugiro as antigas, e eficazes técnicas, da
medicina tradicional chinesa.
Que tal depurar o figado com um suplemento
de cardo-mariano?
Umas semaninhas de herbanário, iniciacão à meditação ( para repôr os níveis do pulso e olhar para dentro, para os
habitantes do imenso universo desorganizado).
Para finalizar, umas aulinhas de yoga, como
nova forma de estar e agir e pensar...
Acho que, encontrei aqui a receita de melhor
bem-estar para este mundo que nos abriga e para o mundo de cada um de nós.