Thursday, August 14, 2014

INTERVALO

Não gosto de despedidas e, como tal, irei fazer um "intervalo" neste blogue que me acompanha há anos.
É tempo de recomeço!
Poderão acompanhar-me em http://omeuportosanto.blogspot.pt/
Muito obrigada!
 
Inês

Thursday, July 24, 2014

Tonta de mim...



Há alturas, na vida, em que não gostamos de nada:

Começa por nós, pela roupa, pelas carteiras, passa pela paciência em falta e desagua na saturação de cansaços acumulados e alguma tristeza vinculada a desilusões e expectativas goradas.

Há alturas em que não há pedaços de tempo que nos façam libertar o grito de agonia e desespero…

A mente é uma sequência de imagens e acontecimentos sem intervalo.

Como consigo parar isto e restabelecer o equilíbrio sem, necessariamente, voltar atrás no tempo e na vida?

Estou à porta da sala de aula de Pilates – a professora está de férias, mas vim à aula de substituição.

Sinto-me além… noutro corpo, ausente de sorrisos e gargalhadas e vontade…

Onde é que eu me meti?

Onde foi que me perdi?

Preciso juntar os cacos, se é que me parti…

Se me esfumei, onde encontro um alquimista que transforme o meu estado?

Se é meu, talvez seja eu a única que pode mudar o interruptor de “off” para “on”…

E a vontade?

Quiçá, pensar no resultado final antes de começar o processo ascendente de reestruturação…


Saí da aula inteira… não completa, mas inteira… falta-me a alegria genuína que tão bem me adjectiva e caracteriza…

Sinto-me dentro de um fado…

Vivo entre sonhos e pesadelos…

Não sou indiferente ao que sinto e não sinto em mim…

Preciso acalmar a mente

E abrir aqui uma janela da alma que ilumine o interior…

Ser coerente no meio da balbúrdia deste mundo…

Ser um mundo inteiro dentro de mim…

Inteira, imensa e completa…

Preciso de me reencontrar… em mim, na roupa, nas carteiras que vou vender, no cabelo que precisa crescer…

“Que Deus me perdoe”, esta tristeza que se instalou em mim e não vai embora…
 
 

 

Wednesday, July 9, 2014

A mágoa na voz

 
São muito poucas as pessoas que me conseguem magoar…
Porque já são muito poucas aquelas de quem gosto verdadeira e genuinamente.
Quando  me rasgam alguns pedaços
Sinto vontade de ser concha e viver no fundo do mar
Onde a paz é rainha e impera sobre os males do mundo
Deixando um rasto de azul de céu na profundeza dos oceanos.
Gosto de sentir Paz
E quando deixo que me atinjam
Estou a abrir mão das coisas que são mais importantes.
Por isso
A partir de hoje
Fechei uma janela
E antes de a reabrir, terei cuidado
Para não calcarem retalhos de afectos.

Thursday, June 12, 2014

Bom dia, Alegria!


Cada vez mais, é mais difícil ser genuinamente alegre.

São precisos anos de formação da nossa personalidade.

Peguemos nela para a moldar ao nosso sentir e construir uma carapaça anti-repelente contra tudo o que é menos bom, contra pessoas que se alimentam de, e fomentam desgraças…

Vamos apregoar “Adeus, Tristeza” com um “Bom dia, Alegria”…

Nada é fácil.

Nada é gratuito.

Mas, tudo vale a pena!

Se a alma não é pequena?

A minha, não é… vive em mim uma gigante feliz de sonhos e realizações.

Cabe a cada um cuidar do seu jardim, alimentá-lo, rega-lo como o principezinho com a sua rosa.

Apetece-me inspirar o sol, de olhos fechados e visualizar o mar.

Praticas zen para equilibrar corpo e mente.

Sentir, sentir, sentir!

E que a nossa vida seja feita de sensações e coisas boas!

Paz!
 
"Adeus, Tristeza, até depois..."
 
 

Wednesday, May 14, 2014

Amar o Medo




“O medo, o medo, levanta muros
E ergue barreiras para nos deter”
Mafalda Veiga
 

Escrever sobre o medo não me assusta.

Coloquei as coisas menos boas em três balões cor-de-rosa e lancei-os no azul do céu.

Um deles foi reticente, preso a elos do meu passado.

Senti uma angústia quando abri a mão do fio do balão e o vi subir…

Aquele balão leva preocupações e amor.

Mas, o amor pode ficar e vão só as preocupações…

Aquilo que não se controla e é desnecessário carregar.

Como serão as nossas pessoas sem as tatuagens de anos e anos?...

Somos uma nova pele que permite novas escritas.

Uma pele mais calejada, tratada e renovada.

Abre-se uma nova janela da vida.

Às vezes, temos de fazer arrumações internas,

Como de uma casa se tratasse.

Façamos uma lista das nossas crenças disfuncionais,

Quando surgem

Que emoções e comportamentos trazem associados…

Vamos olhar para dentro e mimar os nossos órgãos internos

Baixar o pensamento e aumentar o sentir

Como se do volume de um rádio se tratasse.

A ausência de ruído brinda-nos com paz.
 
Relembro os balões...

Em especial, aquele que se foi ligado a mim…

Vou deixa-lo ir com as preocupações.

O amor… esse fica…

Sem amor somos nada.

Como amor somos tudo.

E o amor… vence os medos!

Wednesday, April 9, 2014

"Nunca te distraias da vida"


Há pessoas verdadeiramente inspiradoras.

Depois de assistir a esta entrevista ( link abaixo) e ter concordado com tudo o que este ser humano fantástico disse, não poderia deixar de prestar uma pequena homenagem e sublinhar junto das pessoas que me lêem, para acordarem para a vida.

Infelizmente, muitas das pessoas são felizes e não sabem.

Só quando algo menos bom nos bate à porta é que conseguimos distanciar-nos do nosso ego e usufruir das pequenas grandes coisas deste imenso universo.

Sentir o sol na pele, terá um sabor mais intenso e quente… olhar o mar e ficar no vazio de olhar o infinito terá outra perspectiva – e sempre positiva, de esperança e alimento da alma…

Ler um livro não será apenas a história de um somatório de folhas e palavras e passa a ser um mundo onde mergulhamos por inteiro e usufruímos de cada emoção descrita, pensada, sonhada pelo autor.

Passamos a ser, genuinamente, pessoas de afectos, atentos a pormenores.

O dinheiro não é nada.

A saúde? Não há dinheiro que a compre.

A distracção pode custar caro… por isso mesmo, sejam felizes hoje e sempre!
 
Entrevista de Manuel Forjaz ao "Alta Definição" em Março de 2014:

Monday, March 24, 2014

Dois em um...


Este mes de Marco, tive o privilegio de assistir a dois concertos fabulosos no Coliseu do Porto: no dia internacional da mulher, Rita Guerra com a sua voz e a sua alma tao bonitas... Conseguiu embalar e embelezar uma das salas mais emblematicas da cidade.

No dia 21, uma dupla de peso: Ana Moura e Antonio Zambujo... Como diria Miguel Araujo Jorge, na sua pagina de facebook: "que concertao!!!"...
Comecaram pelo fado tradicional, passaram pelas mornas cabo-verdianas, homenagearam Fausto com "o barco vai de saida", dancaram, encantaram...

Estes momentos sao únicos na vida!

Ficam guardados em prateleiras de bons momentos no cantinho das memorias do nosso coracao...

Viva a boa musica portuguesa!

 
 

Friday, March 21, 2014

Férias sozinha


Foi no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.

A amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!

Lembro-me que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.

Eu não sabia.

Nem imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir fazer uma coisa dessas”…

Palavra que fiquei meia atónita!

Onde está a dificuldade?

É escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.

Eu adoro o verbo ir…

Adoro aeroportos, férias, sol, praia e mar.

Por isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti… durante uma semana, só falei espanhol e inglês.

No hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu estar sozinha.

Alcudia é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.

Pelo que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas, alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada, está sozinha”.

Coitada, nada!

Estava sozinha por opção e foi muito bom.

Ao longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem com elas próprias.

Imagino que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é dramático em nada: é a realidade.

Cabe-nos a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.

Algumas, muito boas, por sinal.

Eu adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.

Tinha o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.

Não é uma bênção?

Que paz!... só eu e a natureza…

Fazia caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…

Ainda hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das mesmas a quase desmaiar na areia…

No final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me, pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e, bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos” ( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona da loja).

Adoro viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.

Sinto que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.

Sinto-me leve e animada para “começar de novo”.

Querem um conselho?

Soltem as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!

Respirar implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…

As sensações e emoções dominam tudo.

Aprender a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma sensação de plenitude e harmonia imensas.

Quem arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
 
 
( um dos livros que me acompanhou)
 
 
Uma das músicas da minha "playlist"

 

Thursday, March 20, 2014

O melhor Pai do Mundo!


Como disse numa mensagem publicada ontem à noite, muitos textos poderiam ser escritos sobre o meu pai, mas só uma palavra me ocorria na noite passada: Orgulho!

Já há algum tempo que não escrevo: não porque não tenha o que dizer, mas porque me faltava aqui dentro um click e uma sequência que me faça libertar as emoções e os pensamentos ( sempre ligados, conectados e abençoados pela vida).

A propósito das muitas mensagens publicadas sobre o Dia do Pai, apeteceu-me muito escrever sobre o meu.

Tudo o que possa dizer aqui é muito pouco para o que sinto e para o valor imenso que o meu pai tem.

Claro que, para mim, ele foi e é o melhor pai do mundo, não é paizinho?

O que te aconteceu foi uma injustiça enorme… quem diria que, ias entrar num hospital privado para fazer uma cura de sono e sair em coma, provocada por uma paragem cardio-respiratória, por falta de monitorização e assistência?

Mas, nós somos fortes, não é, pai?

Passaste-me valores e afectos que são de fibra e resistentes a toda a crueldade.

No meio do menos bom, sinto-me feliz por estares num lugar onde, para além de excelentes profissionais a cuidar de ti, tens pessoas que são gente com os mesmos valores que nós.

São uma segunda família para ti, para mim e para a mãe.

Nunca estivemos tão unidos.

Nunca fomos tão fortes.

Tu sabes que, mesmo longe, eu estou sempre por perto… eu sei que sentes a minha presença…acho, até, que consegues ouvir as minhas palavras a dizer “Força, pai, vais conseguir… não desistas… reage”… para além de todo o mimo que recebes e demonstras através de um beicinho único e irresistível.

Há coisas que não se explicam.

Encontrei na Amarante uma segunda cidade, um local acolhedor, com gente que se preocupa e nos acarinha.

Gosto de ver sempre o lado positivo das coisas.

Tu sabes que sempre gostei do sol e do mar.

Gosto, não só de os observar, mas de os sentir e ser sol e mar também.

Pode parecer presunção, mas é a minha verdade.

Sou muito grata às pessoas que cuidam de ti diariamente… São uns anjos que caíram do céu… e são anjos reais, pai!

Faltam dois dias para estar contigo: não falho os fins-de-semana, feriados e dias de férias: não é obrigação – é amor!

Não vejo a hora de sábado chegar!

Já falta pouco para mais mimo, pai!

Há lá coisa melhor que este preenchimento da alma!

Sinto um orgulho ENORME em ti!

 

Nê ( como sempre me chamaste)
 
 
 
"Silêncio e Tanta Gente" por Lúcia Moniz

 

 

 

Tuesday, February 25, 2014

Pelos Zambujos da Vida...


Cruzamos o Alentejo
com "rebanhos de saudade"
e fazemos uma ponte
uma mescla de culturas
da mais tenra
à madura idade.
Estes rios
são sangue
são alma
são gente.

As músicas
podem ser encontros de vidas
estórias e sentimentos.
Quando ouço Zambujo
gosto de fechar as pestanas
e sentir o latejar de cada palavra
entrar e reencarnar
em personagens
em papoilas
em prados verdes e infinitos.

Não tenho palavras para algumas vozes
Nem voz para algumas palavras.

Trazem asas para voar
e sorrir
e viver.

Obrigada por estes presentes sem idade!

Friday, February 14, 2014

A Alma do Sapato

 
Na hora de calçar segredos
a alma do sapato fica apertada
na calçada portuguesa.
Desliza por corações de Viana
e pinturas marcadas
como sementes de afecto.
Revejo os sapatos
que enfeitam e ilustram
emoções que me definem
e se instalaram na reflexologia dos meus pés.
A alma do sapato
é uma cave escondida
de velhas infâncias
e recordações.
Moram lá os meus amores,
os meus maiores amigos,
os melhores livros da minha vida,
as músicas que me fizeram sonhar,
os desenhos da minha afilhada,
os esboços de sonhos por concretizar.
Vejo papoilas...
Sinto borboletas...
Revejo os meus sapatos
Sinto-lhes a alma
Sorrio e digo:
"Feliz dia de S. Valentim!"
 
 
 
 


Wednesday, January 15, 2014

"Volta ao começo"



"Minha história é essa, esse é o problema
a ferro e fogo, amor marca nos deixou"
Fábio Jr.
 
E quando a saudade nos rasga ao meio e saiem cartas de amor, frases que dizem "Que saudades de ti", abraços e colos com cheiro da pele do outro, tatuagens musicais, paisagens interiores, olhares demorados, quentes, fortes, instrínsecos, apaixonados, com elos de cifras e alianças...
 
Esta saudade bonita e que magoa é, no mínimo, estranha mas, quando se amou com a extensão do corpo, da alma e de todo um universo de sonhos e problemas...
 
Guardo sempre os meus grandes amores e as saudades.
Às vezes, choro.
Às vezes, sorrio.
Importante, é viver e ter vivido.
Importante é abrir as janelas e as portas e deixar bons ventos entrar...
Nem sempre tudo é mau...
 
Quando o choro quer sair... deixá-lo correr... um dia, ele cansa e transforma-se numa ternura bonita bem guardada numa caixinha do coração.
 
Sinto que, já morri e renasci muitas vidas.
 
O caminho é um só.
Os meus quarenta anos são noventa de vivências, experiências e emoções.
Cada um tem a sua história.
A minha, um dia, volta ao começo e passa a livro... folhas em branco revestidas de praias, quartos de luar e preenchidas com almas de pessoas com e sem valor.
 
Vou aquecer o frio da alma com o calor das metáforas.
Vou partilhar...
 
O preço de continuar a amar depois do fim é danado...
 
"Um dia ainda volto ao começo".
 
 

Sunday, January 12, 2014

Depurar o fígado do mundo...



Perante tamanhos carregos e exageros, parece-me a mim que, o fígado do mundo está encharcado.

Transformou-se num feijão de raiva, inveja, olhos fulminantes e almas de hipocrisia e interesse.

Não vale a pena dar-lhe ansiolíticos ou calmantes.
Sugiro as antigas, e eficazes técnicas, da medicina tradicional chinesa.
Que tal depurar o figado com um suplemento de cardo-mariano?

Umas semaninhas de herbanário, iniciacão à meditação ( para repôr os níveis do pulso e olhar para dentro, para os habitantes do imenso universo desorganizado).

Para finalizar, umas aulinhas de yoga, como nova forma de estar e agir e pensar...

Acho que, encontrei aqui a receita de melhor bem-estar para este mundo que nos abriga e para o mundo de cada um de nós.
As mudancas gerais começam no particular.
Vamos limpar este figado que também é nosso?



Ines Gaivota
Amarante
12 de Janeiro de 2014


Tuesday, January 7, 2014

Saúde ( ou falta dela) na alma...

 
 
Porque não temos de estar, sempre, necessariamente alegres.
Porque, muitas das músicas da nossa vida têm um quê de nostalgia, Fado, sangue latino.
 
Penso que, hoje, me deixei arrastar pelas ondas gigantes da Foz, Leça e Matosinhos.
Por agora, ainda me custa respirar pelo inesperado e tenho muita vontade de chorar.
Que chore, então, porque a vida também é feita destes retalhos.
 
Passado, Presente e Futuro...
Um Agora encolhido e recolhido.
 
Hoje... Agora... preciso da minha Ilha, da minha praia, de um colo e de um abraço.
Mesmo que fosse rica, precisaria, porque o Amor não está à venda.
 
"A verdadeira felicidade custa pouco; sendo cara, é porque a sua qualidade não presta"
F.Chateaubriand