"Marley e eu"

Acho que, a primeira vez que vi este livro foi numa das minhas livrarias preferidas e com lugar de destaque. Existiam, inclusivé, vários exemplares e algumas "senhorecas aperaltadas" a passeá-lo pelas praias da Foz. Pelo que, apesar do "aparato", nunca suscitou a minha curiosidade - o que também acontece frequentemente com escritores e livros com que o mundo simpatiza, e enfatiza - em geral...

Hoje, decidi ir ver o filme baseado no livro...dizem que os livros são sempre melhores que o filme - é um lugar comum. Mas, se assim fôr, eu não quero o sofrimento e tristeza que a leitura me possa proporcionar...se gastei um Kleenex no filme e a controlar-me, porque não estava sozinha no meu quarto...se ler olivro, uma caixa não será suficiente...

É mesmo verdade que as coisas mais simples são as que verdadeiramente nos realizam. Mas, só a idade, a maturidade, ou a perda nos fazem entender toda esta abrangência da simplicidade: uma paisagem bonita, um sonho a dois, uma festa surpresa...

Nunca vou esquecer Marley...porque sempre senti e disse que gosto mais dos cães do que de algumas pessoas....são leais, fiéis, brincalhões, verdadeiros e nunca nos abandonam....

Que me perdoe o autor do livro, por agora não conseguir pegar no mesmo.

Parabéns ao realizador, à Jennifer Anniston e ao Owen Wilson, por me comoverem e fazerem de uma história simplese verdadeira, uma verdade e um mimo que atravessa e comove qualquer idade e coração.

Rita Paz...

Entrei no camarim e fiquei muda.

Na minha frente, uma "menina bonita com tranças de trigo"...

Era, e é, a janela da humildade, do agradecimento, da paciência, do sorriso, da preocupação com os outros...

Por momentos, pensei que estava a sonhar, mas não...estava mesmo no camarim de Rita Guerra, a pedir um autógrafo, a falar com ela e a tirar algumas fotografias que, por respeito, não divulgarei.

Mas, o que me fez "parar", depois de chegar a casa, sem sono, iludida pelo sonho e realidade de um grande espectáculo, foi esse ser humano lindo e gigante, que eu me lembro de ver e ouvir nos Programas de Júlio Isidro, nas tarde de domingo, há muitos anos atrás....nos programas do Herman José, de óculos escuros e cabelo curto, das canções do século...desse ser humano ser real e igual ao que mostra ser a todos os programas e locais que vai.

Ela é a imagem a paz, da maturidade, da tranquilidade e, obviamente, de uma grande voz, de um grande dom, com certamente muito trabalho, de consciência tranquila, vivendo para dentro e para os que ama, um dia de cada vez.

Sejam felizes!" foi uma das frases que pronunciou ao longo desta magnífica e saudosa noite no Coliseu do Porto.

Sem presunção,nem plágio, apetece-me pedir para ouvirem a Rita, mas... ouvirem o todo: a voz, as letras, as composições musicais e tudo, mas tudo de bom que pode e transmite a cada um de nós.

Rita, se algum dia este texto lhe chegar às mãos...."Bem-Haja!"...

A energia da voz é o espelho da alma de nós

"A voz acontece dentro"

E todo o processo de aprendizagem também o é - passa pela visualização das cordas ( ou pregas) vocais, pelo ensino de todo um conjunto de exercícios, respirações, posturas, imagens...um virar para dentro, um sentir o que acontece quando se faz um "brrr" ou um "trrr", ou quando se faz uma boa sirene, se chega a um agudo que abre ese dá com a polaridade que nao se estava a contar.

Essa coisa do canto é um bocadinho disso e muito mais. É um processo de auto-conhecimento e desenvolvimento do eu.
Daqui a uns meses, eu prometo voltar a este assunto...quando, para além dos vocalizos e respirações, articulações...eu conseguir imprimir o sentimento, a expressão....eu conseguir cantar...

Talvez este texto não seja tão poético quanto os anteriores, mas é igualmente, ou mais importante ainda.
Cantar é um sonho de menina e, no meu percurso de vida, houve algumas pessoas mal-amadas que tentaram ( mas não conseguiram) cortar-me as asas, não me dando liberdade para produzir, nem instrumento para ensinar.
Não guardo rancor ( faz mal ao fígado) , apenas alguma mágoa porque o mundo podia ser melhor com melhor gente.

Em todo o caso, preciso agradecer a duas pessoas lindas:

Pedro Telles - esse barítono único e especial, que foi meu professor de canto lírico e me fez acreditar que eu conseguia. É um grande amigo, uma inspiração e está sempre comigo, mesmo quando não está. Uma estrelinha de protecção sempre presente :-)

Claudia Fier - essa linda e surpresa professora, terapeuta da fala que, optando por outra "linha" - que não a do Pedro - está em sintonia com ele numa pequena grande coisa: o apoio, a confiança, a energia positiva, o ACREDITAR em mim :-)

A TODOS os que acreditaram que, um dia, eu ia Cantar, eu asseguro que estou a trabalhar nesse sentido, com uma pessoa fantástica, num ambiente inspirador.

Um beijinho especial para os músicos do Vila Galé e do Sheraton Porto onde, às vezes, dou um ar da minha "desgraça" e ao Jorge - esse músico fantástico e paciente, com quem já gravei umas músicas e continuo a gravar, por diversão e aprendizagem.

Amigos, a vida é isto e é Boa!
Obrigada!

Blogosfera

Sento-me e observo.

Parece que vivemos todos numa espécie de bolha de uma marca de uma espécie de iogurte onde vivem solidões impostas, egoísmos, umbigos, teclas de computadores, "firewalls", "downloads" de último filme americano - porque, assim, não se sai de casa para ir ao cinema - "chats" de todos os assuntos e mais alguns, mesmo com pessoas que não conhecemos de lado algum, mas parece que conhecemos desde sempre.

Onde estão os cafés à beira-mar ao som das gaivotas, das traineiras, o verdadeiro sentido da amizade, as mãos dadas, os valores???...

Sinto que não pertenço aqui e que, para pertencer, tenho de "fazer parte".

Agora, entendo a célebre e antiga expressão " A vida não é fácil"...e quem lhe resiste merecia um oscar com tapete vermelho no fundo e até ao fim.