Sunday, June 26, 2011

Viver o Agora


Viver o Agora, com Garra e Alegria é o melhor que podemos fazer a nós próprios cada dia.
Podemos, até, não saber o que queremos, mas se soubermos o que não queremos, já fazemos uma filtragem.

Na vida tudo são aprendizagens, mas não devemos ficar presas às mesmas...caso contrário, não vivemos o Agora, nem passamos para o Futuro, que pode ser promissor - e temos de acreditar que sim.

Sempre achei que, o meu nome devia ser Maria Saudade...todos os dias, algo me remetia para alguém que já passou e não passou, para alguém que magoou e/ ou não valeu/ nem vale a pena.
Hoje, um Anjo disse-me que "Nada acontece por acaso" e todas as pessoas que aparecem na nossa vida, aparecem por uma razão: para crescermos, evoluirmos, estarmos mais atentos... seja o que fôr... mas, se essas pessoas passam e não ficam, não fiquemos nós presos a elas, porque nunca seremos felizes.

É suposto sermos felizes, fazer por isso, acreditar para que, de alguma forma, com a força da crença ( nem que seja num sapato), coisas boas e positivas se coloquem no nosso Caminho.
Por isso, há que enfrentar os medos e viver, literalmente, cada minuto...sorrirmos, na tranquilidade, e não existir ansiedade nem taquicardias, porque não existem expectativas...existe esperança inconsciente e diária e um Acreditar no minuto e no segundo, em nós e naquilo que queremos para que a nossa Alma cante, dance e deixe de uma vez por todas as tristezas, dilacerações e o fardo do passado de lado.

Bendito Anjo que, hoje, passou por mim e me acordou para a verdadeira vida...já tinha saudades! :-)))))


Monday, June 20, 2011

No dia em que eu fui feliz....



Senti-me criança



junto daquele que pensei ser amigo



companheiro de estrada e escrita.



Saltei de um banco de jardim



e o mundo veio comigo



como uma bola azul



da cor do céu



em auréola de esperanças vãs



mas bonitas



pelas palavras que prenderam



arrebataram



e sofreram.



A vida faz-me sempre escrever imagens



e fotografar palavras.



No fundo



são músicas da alma



pinturas e tatuagens



cravadas nos espinhos dos sonhos.



No dia em que fui feliz



não houve amanhã



apenas senti e vivi o presente



nos baloiços do parque



e numa conversa



que não queria terminar.



Há momentos únicos.



Há momentos felizes.



Este foi irrepetível e único.



Friday, June 17, 2011

"You're forgiven, not forgotten"



Violinos da Irlanda



chamam por mim....



Estou sentada num penhasco verdejante



com pensamentos



sonhos



vontades



resoluções.



O meu "litlle wing" paira no céu



e junta-se à minha solidão encolhida.



O céu está cinzento



como a alma



como o passado



que pesa em fardo.



Vida imprópria para cardíacos



na imensidão da vivência de tantas emoções



que são reticências



interrogações



medos



interrupções



tristezas



nos sorrisos, intervalos



que compensam



e apetecem mordazmente



sem lugar nem tempo



eternos e etéreos



felizes



para sempre...



Wednesday, June 15, 2011

"Hope you're not lonely without me!"





( a escutar Eddie Vedder....)








Há estradas da Vida


que nos brindam horizontes de liberdade


com guitarras em mi menor.


Nostalgia do que não se viveu


vontade de saltar dos mais altos penhascos


correr com os cavalos no meio do deserto


viajar dentro de nós


e serenar a mente...


Conhecer pessoas que se cruzam com a nossa alma...


Entroncamento infindo que não se desfaz...


Salta


Relembra


Magoa


mas liberta...


Explicar o inexplicável


só misturando


Vedder, Pessoa, Espanca...


Trio perfeito


no sofrimento bom


que se vive


dilacera


evita


e não se explica.


Pego no carro


coloco o cd


e saio com esta música


que tanto me apraz


e traz


e levo os meus pensamentos comigo.


Sorrio...


Assim, sem explicar....sem medo... sou feliz!




Sunday, June 12, 2011

A Casa da Avó Aninhas

Era uma eira repleta de primos, poesia e violinos ao luar.
Era uma casa de paz e sorrisos, de pão, presunto e vinho tinto.
Era uma casa onde o avô fumava às escondidas e andava de bengala.
Era uma casa com campos de centeio, pomares de laranjeiras, vinhas, fontes e riachos de água pura...
Era uma casa onde os adultos de hoje pensavam, de forma inconsciente, que seriam sempre crianças e para sempre felizes.
A casa da avó Aninhas será sempre o meu refúgio, o meu lar de aconchego, a minha valsa, o meu colo, o meu tango....porque era a casa de tudo e de todos....éramos tão família, éramos tão livres e unidos...não tínhamos poeira nos sótãos, não tínhamos passado – apenas o presente das cambalhotas e do jogo da macaca....o king, o meu fiel amigo que, apesar da sua condição de cão foi e será melhor que muitas das pessoas que se cruzaram no meu caminho...o futuro estava tão longe....e agora....agora, os tacões cresceram, o tempo passou, cada um casou e se afastou, a casa só existe na minha imaginação....
A minha avózinha foi para o céu há uns anos atrás, quando todos menos esperávamos.
Para mim, é uma estrela da manhã, é a minha eterna companhia em noites de agonia, em que a escuridão pesa e a sinto sempre presente.
Nunca teve muito dinheiro, mas tinha uma alma e um coração enormes....tenho saudades do seu abraço, dos lencinhos da mão de pano, que me dava pela Páscoa...tenho saudades de tão nobres e verdadeiras intenções...
A minha avózinha era a casa de todos nós, o elo da família, a paz personificada num corpo.
Quero acreditar que, esteja onde estiver, nos protege e se lembra do passado com o mesmo carinho e saudade do que eu.
Não tinha escolaridade, mas era sábia.
Sabia e compreendia como eu gostava de Fernando Pessoa.
Não julgava, não atirava pedras....no limite, desprezava...
E hoje, em dia de Sto António apeteceu-me falar sobre isto.
Não tem de haver razões para falarmos das pessoas de quem mais gostamos e nos fazem falta.
O lugar dela nunca será ocupado por ninguém.
Tenho um coração grande e, nele, cabem todas as pessoas que mais amo neste mundo....não são muitas....muitas, sim, foram as que amei, mas poucas são as que perduram no meu amor.
A minha avózinha e aquela casa, de pedra, com eira, virada para o rio, com memórias das melhores festas, das melhores Páscoas, dos ovos cozidos e pintados, da ignorância simples....nunca se apagarão de mim.....são “chama que arde sem se ver” e Camões também já não mora cá, mas persiste....a “ferida que dói” e que se sente.
Ao meu Anjo maior, que me ilumina e dá alento em momentos mais tristes, recolhidos e meus, aqui fica a minha pequenina homenagem...
Fazes-me tanta falta, avózinha!....

Wednesday, June 1, 2011

"Luar na Lubre"









Amanheci no chão da Galiza



Olhei o horizonte



ouvindo "Memória da Noite"



assim



dentro de mim.






Senti que me elevava a outro nível



que não o mais comum dos trauseuntes...



A voz e o grito em mim



Toda a beleza de uma tristeza



Toda esta imensidão completa



que não se descola



porque vive em mim.






Olhei os pastores



a escuridão



as guitarras



os bosques



as pessoas...






Preciso voltar



porque indo lá



encontro-me em mim



numa sonoridade



e intensidade



que é um adeus adormecido



e nunca morre....






A vida é isto...



e, pela beleza de pequenas grandes coisas vale tanto



mas tanto a pena....nem que nos entristeça e faça chorar....