Este mes de Marco, tive o privilegio de assistir a dois concertos fabulosos no Coliseu do Porto: no dia internacional da mulher, Rita Guerra com a sua voz e a sua alma tao bonitas... Conseguiu embalar e embelezar uma das salas mais emblematicas da cidade.
No dia 21, uma dupla de peso: Ana Moura e Antonio Zambujo... Como diria Miguel Araujo Jorge, na sua pagina de facebook: "que concertao!!!"...
Comecaram pelo fado tradicional, passaram pelas mornas cabo-verdianas, homenagearam Fausto com "o barco vai de saida", dancaram, encantaram...
Estes momentos sao únicos na vida!
Ficam guardados em prateleiras de bons momentos no cantinho das memorias do nosso coracao...
Foi
no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.
A
amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se
poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso
mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!
Lembro-me
que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias
na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.
Eu
não sabia.
Nem
imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir
fazer uma coisa dessas”…
Palavra
que fiquei meia atónita!
Onde
está a dificuldade?
É
escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.
Eu
adoro o verbo ir…
Adoro
aeroportos, férias, sol, praia e mar.
Por
isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num
resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti…
durante uma semana, só falei espanhol e inglês.
No
hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu
estar sozinha.
Alcudia
é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.
Pelo
que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas,
alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada,
está sozinha”.
Coitada,
nada!
Estava
sozinha por opção e foi muito bom.
Ao
longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem
com elas próprias.
Imagino
que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é
dramático em nada: é a realidade.
Cabe-nos
a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.
Algumas,
muito boas, por sinal.
Eu
adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.
Tinha
o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.
Não
é uma bênção?
Que
paz!... só eu e a natureza…
Fazia
caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…
Ainda
hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de
praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das
mesmas a quase desmaiar na areia…
No
final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me,
pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e,
bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos”
( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona
da loja).
Adoro
viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.
Sinto
que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.
Sinto-me
leve e animada para “começar de novo”.
Querem
um conselho?
Soltem
as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!
Respirar
implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…
As
sensações e emoções dominam tudo.
Aprender
a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver
bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma
sensação de plenitude e harmonia imensas.
Quem
arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
Como
disse numa mensagem publicada ontem à noite, muitos textos poderiam ser
escritos sobre o meu pai, mas só uma palavra me ocorria na noite passada:
Orgulho!
Já
há algum tempo que não escrevo: não porque não tenha o que dizer, mas porque me
faltava aqui dentro um click e uma sequência que me faça libertar as emoções e
os pensamentos ( sempre ligados, conectados e abençoados pela vida).
A
propósito das muitas mensagens publicadas sobre o Dia do Pai, apeteceu-me muito
escrever sobre o meu.
Tudo
o que possa dizer aqui é muito pouco para o que sinto e para o valor imenso que
o meu pai tem.
Claro
que, para mim, ele foi e é o melhor pai do mundo, não é paizinho?
O
que te aconteceu foi uma injustiça enorme… quem diria que, ias entrar num
hospital privado para fazer uma cura de sono e sair em coma, provocada por uma
paragem cardio-respiratória, por falta de monitorização e assistência?
Mas,
nós somos fortes, não é, pai?
Passaste-me
valores e afectos que são de fibra e resistentes a toda a crueldade.
No
meio do menos bom, sinto-me feliz por estares num lugar onde, para além de
excelentes profissionais a cuidar de ti, tens pessoas que são gente com os
mesmos valores que nós.
São
uma segunda família para ti, para mim e para a mãe.
Nunca
estivemos tão unidos.
Nunca
fomos tão fortes.
Tu
sabes que, mesmo longe, eu estou sempre por perto… eu sei que sentes a minha
presença…acho, até, que consegues ouvir as minhas palavras a dizer “Força, pai,
vais conseguir… não desistas… reage”… para além de todo o mimo que recebes e
demonstras através de um beicinho único e irresistível.
Há
coisas que não se explicam.
Encontrei
na Amarante uma segunda cidade, um local acolhedor, com gente que se preocupa e
nos acarinha.
Gosto
de ver sempre o lado positivo das coisas.
Tu
sabes que sempre gostei do sol e do mar.
Gosto,
não só de os observar, mas de os sentir e ser sol e mar também.
Pode
parecer presunção, mas é a minha verdade.
Sou
muito grata às pessoas que cuidam de ti diariamente… São uns anjos que caíram do
céu… e são anjos reais, pai!
Faltam
dois dias para estar contigo: não falho os fins-de-semana, feriados e dias de
férias: não é obrigação – é amor!
Não
vejo a hora de sábado chegar!
Já
falta pouco para mais mimo, pai!
Há
lá coisa melhor que este preenchimento da alma!