Monday, March 24, 2014

Dois em um...


Este mes de Marco, tive o privilegio de assistir a dois concertos fabulosos no Coliseu do Porto: no dia internacional da mulher, Rita Guerra com a sua voz e a sua alma tao bonitas... Conseguiu embalar e embelezar uma das salas mais emblematicas da cidade.

No dia 21, uma dupla de peso: Ana Moura e Antonio Zambujo... Como diria Miguel Araujo Jorge, na sua pagina de facebook: "que concertao!!!"...
Comecaram pelo fado tradicional, passaram pelas mornas cabo-verdianas, homenagearam Fausto com "o barco vai de saida", dancaram, encantaram...

Estes momentos sao únicos na vida!

Ficam guardados em prateleiras de bons momentos no cantinho das memorias do nosso coracao...

Viva a boa musica portuguesa!

 
 

Friday, March 21, 2014

Férias sozinha


Foi no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.

A amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!

Lembro-me que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.

Eu não sabia.

Nem imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir fazer uma coisa dessas”…

Palavra que fiquei meia atónita!

Onde está a dificuldade?

É escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.

Eu adoro o verbo ir…

Adoro aeroportos, férias, sol, praia e mar.

Por isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti… durante uma semana, só falei espanhol e inglês.

No hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu estar sozinha.

Alcudia é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.

Pelo que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas, alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada, está sozinha”.

Coitada, nada!

Estava sozinha por opção e foi muito bom.

Ao longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem com elas próprias.

Imagino que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é dramático em nada: é a realidade.

Cabe-nos a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.

Algumas, muito boas, por sinal.

Eu adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.

Tinha o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.

Não é uma bênção?

Que paz!... só eu e a natureza…

Fazia caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…

Ainda hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das mesmas a quase desmaiar na areia…

No final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me, pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e, bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos” ( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona da loja).

Adoro viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.

Sinto que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.

Sinto-me leve e animada para “começar de novo”.

Querem um conselho?

Soltem as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!

Respirar implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…

As sensações e emoções dominam tudo.

Aprender a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma sensação de plenitude e harmonia imensas.

Quem arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
 
 
( um dos livros que me acompanhou)
 
 
Uma das músicas da minha "playlist"

 

Thursday, March 20, 2014

O melhor Pai do Mundo!


Como disse numa mensagem publicada ontem à noite, muitos textos poderiam ser escritos sobre o meu pai, mas só uma palavra me ocorria na noite passada: Orgulho!

Já há algum tempo que não escrevo: não porque não tenha o que dizer, mas porque me faltava aqui dentro um click e uma sequência que me faça libertar as emoções e os pensamentos ( sempre ligados, conectados e abençoados pela vida).

A propósito das muitas mensagens publicadas sobre o Dia do Pai, apeteceu-me muito escrever sobre o meu.

Tudo o que possa dizer aqui é muito pouco para o que sinto e para o valor imenso que o meu pai tem.

Claro que, para mim, ele foi e é o melhor pai do mundo, não é paizinho?

O que te aconteceu foi uma injustiça enorme… quem diria que, ias entrar num hospital privado para fazer uma cura de sono e sair em coma, provocada por uma paragem cardio-respiratória, por falta de monitorização e assistência?

Mas, nós somos fortes, não é, pai?

Passaste-me valores e afectos que são de fibra e resistentes a toda a crueldade.

No meio do menos bom, sinto-me feliz por estares num lugar onde, para além de excelentes profissionais a cuidar de ti, tens pessoas que são gente com os mesmos valores que nós.

São uma segunda família para ti, para mim e para a mãe.

Nunca estivemos tão unidos.

Nunca fomos tão fortes.

Tu sabes que, mesmo longe, eu estou sempre por perto… eu sei que sentes a minha presença…acho, até, que consegues ouvir as minhas palavras a dizer “Força, pai, vais conseguir… não desistas… reage”… para além de todo o mimo que recebes e demonstras através de um beicinho único e irresistível.

Há coisas que não se explicam.

Encontrei na Amarante uma segunda cidade, um local acolhedor, com gente que se preocupa e nos acarinha.

Gosto de ver sempre o lado positivo das coisas.

Tu sabes que sempre gostei do sol e do mar.

Gosto, não só de os observar, mas de os sentir e ser sol e mar também.

Pode parecer presunção, mas é a minha verdade.

Sou muito grata às pessoas que cuidam de ti diariamente… São uns anjos que caíram do céu… e são anjos reais, pai!

Faltam dois dias para estar contigo: não falho os fins-de-semana, feriados e dias de férias: não é obrigação – é amor!

Não vejo a hora de sábado chegar!

Já falta pouco para mais mimo, pai!

Há lá coisa melhor que este preenchimento da alma!

Sinto um orgulho ENORME em ti!

 

Nê ( como sempre me chamaste)
 
 
 
"Silêncio e Tanta Gente" por Lúcia Moniz