Friday, March 21, 2014

Férias sozinha


Foi no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.

A amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!

Lembro-me que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.

Eu não sabia.

Nem imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir fazer uma coisa dessas”…

Palavra que fiquei meia atónita!

Onde está a dificuldade?

É escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.

Eu adoro o verbo ir…

Adoro aeroportos, férias, sol, praia e mar.

Por isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti… durante uma semana, só falei espanhol e inglês.

No hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu estar sozinha.

Alcudia é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.

Pelo que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas, alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada, está sozinha”.

Coitada, nada!

Estava sozinha por opção e foi muito bom.

Ao longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem com elas próprias.

Imagino que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é dramático em nada: é a realidade.

Cabe-nos a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.

Algumas, muito boas, por sinal.

Eu adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.

Tinha o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.

Não é uma bênção?

Que paz!... só eu e a natureza…

Fazia caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…

Ainda hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das mesmas a quase desmaiar na areia…

No final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me, pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e, bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos” ( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona da loja).

Adoro viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.

Sinto que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.

Sinto-me leve e animada para “começar de novo”.

Querem um conselho?

Soltem as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!

Respirar implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…

As sensações e emoções dominam tudo.

Aprender a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma sensação de plenitude e harmonia imensas.

Quem arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
 
 
( um dos livros que me acompanhou)
 
 
Uma das músicas da minha "playlist"

 

3 comments:

Pituca said...

Olá Inês!
Eu também já fiz o mesmo (passar férias comigo...) e gostei bastante, se bem que também tenha visto olhares de estranheza à minha volta e alguma incompreensão da família e de amigos mais próximos! Fui para Punta Cana. Adorei fazer só o que me apetecia! E poderei repetir, sem problema...
Bjs

ines gaivota said...

Boa!

Pedro M. Costa said...

Olá Inês, hoje lembrei-me de voçês e resolvi vir dar uma olhadela ao blog.
Continuo a não perceber isto de retirar prazer em viajar sozinho, mas acho que é algo que só estará reservado a quem tenha o espirito grande e alegre.

Brijinho para ti e para a Célinha !! :-)