Foi
no ano passado que, por vários motivos, optei por ir de férias sozinha.
A
amiga que me iria acompanhar, tinha feito uma luxação num braço e não se
poderia ausentar. Eu tinha duas hipóteses: ou não ia, ou ia comigo. Foi isso
mesmo que eu fiz e não me arrependo nadinha!
Lembro-me
que, antes de ir, fui a um workshop do Gustavo Santos e referi que ia de férias
na minha companhia. Ele disse: “isso é inspirador”.
Eu
não sabia.
Nem
imaginava que ia ter pessoas a dizer-me “que corajosa”, “quem me dera conseguir
fazer uma coisa dessas”…
Palavra
que fiquei meia atónita!
Onde
está a dificuldade?
É
escolher o destino, ter algum dinheiro e ir.
Eu
adoro o verbo ir…
Adoro
aeroportos, férias, sol, praia e mar.
Por
isso, o destino escolhido foi Alcudia, no norte de Palma de Mallorca, num
resort onde não havia nem um português… nem queiram saber o que me diverti…
durante uma semana, só falei espanhol e inglês.
No
hotel, era super-mimada pelos funcionários que deviam achar muito estranho eu
estar sozinha.
Alcudia
é um destino muito procurado por famílias do Norte da Europa.
Pelo
que, na mesma sala de jantar, sentavam-se famílias belgas, inglesas, suecas,
alemãs e olhavam para mim com um ar “estranho”, provavelmente, a pensar… “coitada,
está sozinha”.
Coitada,
nada!
Estava
sozinha por opção e foi muito bom.
Ao
longo da minha vida, fui-me apercebendo que, há pessoas que não convivem bem
com elas próprias.
Imagino
que, deva ser uma chatice porque nascemos e morremos sozinhos – isto não é
dramático em nada: é a realidade.
Cabe-nos
a nós aceitar com o que somos brindados e contemplar as pequenas grandes coisas.
Algumas,
muito boas, por sinal.
Eu
adoro o silêncio, pelo que, de manhã, antes das nove horas, já estava na praia.
Tinha
o areal e aquela baía marítima, tão bonita, só para mim.
Não
é uma bênção?
Que
paz!... só eu e a natureza…
Fazia
caminhadas, nadava sozinha numa baía imensa…
Ainda
hoje, quando fecho os olhos, consigo transportar-me para a minha toalha de
praia naquele areal fino e branco e ouvir as ondas… o barulho tranquilo das
mesmas a quase desmaiar na areia…
No
final da manhã, quando começavam todos a chegar à praia, eu levantava-me,
pegava na minha mochila, pousava as tralhas de que tanto gosto no quarto e,
bora lá passear pelas ruas de Alcudia e visitar as barraquinhas de “recuerdos”
( uma delas tinha coisas tão giras, que fiquei amiga da espanhola que era dona
da loja).
Adoro
viagens, conhecer novas pessoas, novas culturas, outras paisagens.
Sinto
que é uma lufada de ar fresco, um “refresh” cerebral.
Sinto-me
leve e animada para “começar de novo”.
Querem
um conselho?
Soltem
as amarras e deixem-se ir… vivam, respirem!
Respirar
implica inspirar ( sentir) e expirar ( sentir)…
As
sensações e emoções dominam tudo.
Aprender
a desconstruir para criar uma personalidade mais forte, aprendendo a conviver
bem com o nosso lado mais escondido e tirando bom proveito disso mesmo, é uma
sensação de plenitude e harmonia imensas.
Quem
arrisca a ir de férias “sozinho” depois de ler este textinho? ;-)
Uma das músicas da minha "playlist"
3 comments:
Olá Inês!
Eu também já fiz o mesmo (passar férias comigo...) e gostei bastante, se bem que também tenha visto olhares de estranheza à minha volta e alguma incompreensão da família e de amigos mais próximos! Fui para Punta Cana. Adorei fazer só o que me apetecia! E poderei repetir, sem problema...
Bjs
Boa!
Olá Inês, hoje lembrei-me de voçês e resolvi vir dar uma olhadela ao blog.
Continuo a não perceber isto de retirar prazer em viajar sozinho, mas acho que é algo que só estará reservado a quem tenha o espirito grande e alegre.
Brijinho para ti e para a Célinha !! :-)
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