Tuesday, October 23, 2012

As minhas Palavras...


Quando estou triste, escrevo.

Quando rejubilo de alegria, escrevo.

As palavras são os meus braços mais esticados e a lua cheia que vive em mim.

Na tristeza elas saiem mais profundas e com cicatrizes.

Na alegria são leves e trazem sempre um sorriso.

Nelas, encontro amigas, confidentes e companheiras.

Travamos uma espécie de diálogo como se de duas pessoas de tratassem.

Somos assim, muito próximas…muito gémeas…

Lembro-me muito de Fernando Pessoa, quando escrevo….

Quando chove, não há janela que não me traga a imagem de Florbela Espanca…

E na praia, só posso recordar Sophia de Mello Breyner e a sua simplicidade e ternura….

E a escrita não sei onde me leva hoje…

Eu gostava que ela me levasse a uma ilha bonita

Com músicas alegres e gente de bem com a vida.

Gostava que me arrancasse a tristeza que não consigo explicar

E me trouxesse a mulher de fibra que sempre fui e não sei onde está.

Adorava que me repusesse a energia perdida

Os sonhos desmaiados

Um ponto final na ansiedade

E tudo se desbloqueasse tão simplesmente como o sol se entrega ao mar, todos os dias.

Que as palavras me devolvam a garra, o tango, o pasodoble, a meditação, a Paz, o equilíbrio, as viagens, o tempo para os amigos e os amores.

Que as palavras tragam a bonança de um ano que tem sido conflituoso e carregado para toda a gente.

Que as palavras coloquem os problemas numa arrecadação, soltem as amarras e me deixem viver!
 

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