Quando estou triste, escrevo.
Quando rejubilo de alegria, escrevo.
As palavras são os meus braços mais esticados e a lua cheia
que vive em mim.
Na tristeza elas saiem mais profundas e com cicatrizes.
Na alegria são leves e trazem sempre um sorriso.
Nelas, encontro amigas, confidentes e companheiras.
Travamos uma espécie de diálogo como se de duas pessoas de
tratassem.
Somos assim, muito próximas…muito gémeas…
Lembro-me muito de Fernando Pessoa, quando escrevo….
Quando chove, não há janela que não me traga a imagem de
Florbela Espanca…
E na praia, só posso recordar Sophia de Mello Breyner e a
sua simplicidade e ternura….
E a escrita não sei onde me leva hoje…
Eu gostava que ela me levasse a uma ilha bonita
Com músicas alegres e gente de bem com a vida.
Gostava que me arrancasse a tristeza que não consigo
explicar
E me trouxesse a mulher de fibra que sempre fui e não sei
onde está.
Adorava que me repusesse a energia perdida
Os sonhos desmaiados
Um ponto final na ansiedade
E tudo se desbloqueasse tão simplesmente como o sol se
entrega ao mar, todos os dias.
Que as palavras me devolvam a garra, o tango, o pasodoble, a
meditação, a Paz, o equilíbrio, as viagens, o tempo para os amigos e os amores.
Que as palavras tragam a bonança de um ano que tem sido
conflituoso e carregado para toda a gente.
Que as palavras coloquem os problemas numa arrecadação,
soltem as amarras e me deixem viver!
No comments:
Post a Comment