O
ser humano é um bicho estranho…
Acha
a vida difícil e nunca está preparado para lidar com a morte…
Percursos
árduos e muito dependentes da força anímica de cada um
E do
prisma pelo qual conseguimos ver as coisas…
A velha
história do copo meio vazio ou meio cheio…
Maria
chegou aos quarenta anos com uma vida emocional, rica, mas imprópria para
cardíacos.
Foi
uma adolescente asfixiada pela exigência e, não é que a dita a seguiu a vida
inteira?
Sempre
sendo muito exigente com os outros, mas ainda mais com ela própria.
Quando
descobriu as artes...as palavras, a dança, a música, o canto, o teatro…
apaixonou-se e atirou-se de cabeça em tudo… e foi aplaudida e invejada e
elogiada e invejada…
Há
seres humanos feios…
A
inveja corrói o outro e o próprio e é lixo no coração e na estrada da vida.
Durante
anos, realmente viveu do que mais gostava de SER e fazer e foi FELIZ.
Depois,
CRESCEU e foi esmagada por uma sociedade que impões cursos superiores e
profissões.
Mesmo
sendo louca e à margem de muitas coisas…( eu diria, a revolução em pessoa)…
tentou seguir um caminho mais ou menos normal, que lhe desse sustento para
sobreviver…. No tempo que lhe sobra – e é tão pouco – vive… mas, às vezes a
exaustão do que não gosta na sobrevivência, é tão imensa…. que, o pouco tempo
não chega para viver, para pegar nos sonhos, tirá-los da gaveta e dançar com
eles…para conhecer novas pessoas e se apaixonar…
Neste
momento, Maria, com 40 anos, decidiu atravessar o deserto… não um deserto
qualquer… o seu deserto…. Tenta não viver do passado e está a tecer esforços
para situá-lo numa margem onde o possa visitar, mas sem estar presa ao mesmo…
Caminha
sem saber em que direcção.
Sabe
que quer ser feliz, que não pode abandonar o seu sustento e, a cada dia, o
caminho é árduo em busca de um oásis…
Na
mochila, leva os seus SONHOS, um caderno de apontamentos e música. Nada mais.
A
alma está vazia e precisa de alimento.
Maria
busca algum conforto na caminhada, apesar das pedras e tempestades de areia que
encontra no caminho.
Algum
dia, conseguirá encontrar o equilíbrio perdido?
Aquela
sensação de bem-estar, de não fazer nada e olhar o mar para se energizar?
A
travessia do deserto é dura…
Será
que ela aguenta e se reencontra?
Está
um futuro à sua espera no lado oposto ao Passado.
Resta-lhe
conseguir VIVER o PRESENTE, encontrando alento e alegria no mesmo.
Como
diria um amigo meu….PAZ!
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