Tuesday, March 4, 2008




Rugas de Ternura



Que se engane quem sonhar que as nuvens não sonham

Ou as flores mais experientes do campo não se amam...


A caminho do princípio,

Observo alguns bancos de jardim

E contemplo uma infância tardia

Um olhar inocente carregado de ternura

No meio de rugas que não sobressaiem.


São luas-cheias que imperam


Nos veleiros de duas vidas

Que se cruzaram e amparam...

Caminham juntas, de mãos-dadas...

Almas gémeas de afectos e algumas particularidades

Que transparecem, mas não se designam...

Assim é o amor

Noutra idade que não a minha...


Tranquilo, pleno, sereno, completo...


Que importam as rugas, as dores nos joelhos,

As doenças piores...

Há ternura e amor.

O mar é imenso.

Os sonhos são eternos.


A vida, assim, é inteira.




Para a Teresa e o António,


Com um carinho imenso.

2 comments:

Unknown said...

Colocas muito sentimento.. muito bonito!!! ...mas tenho que ter cuidado ao ler... dá saudade! :)

wolfie said...

muito para além da paixão, muito para além do fisico, muito além do tempo, do presente... de tudo... fica e vive o amor, em cada ruga em cada sorriso em cada página virada em conjunto, com companheirismo com sabedoria e sabor, o sabor de saber que tudo o que se sabe, é o que se não sabe, mas o que se sente.
Bonito sentimento o teu por apreciares tal sabor