Sunday, March 30, 2008

Maria das Pernas Compridas


Maria das Pernas Compridas

Tão ligeira que a terra alcanca depressa
E devagar
Paleta de cores de fundo
Adivinham um arco-íris a chegar...

Maria chuva
Maria penina – mistura de menina com pequenina

Abraça e beija a terra
Emana um cheiro próprio e inconfundível

Através da vidraça
Dos budas
E do meu bonsai
Consigo ver as gotinhas de agua que me deixa na janela
Insiste sempre em bater à porta
E relembrar que ha-de voltar
Haja seca ou não
Ela ha-de voltar
Para passear junto ao mar
Visitar as casas e as pessoas de quem gosta

Maria das Pernas compridas é assim
Única
Desvairada e louca
E muito necessária
Por muito que não gostem dela...


“Maria, volta depois do Verão...dá agora lugar ao sol...precisamos aquecer a alma e o corpo...volta no inverno, para os serões alegres da lareira, dos livros, dos amantes e do chocolate quente pela noite dentro...”

1 comment:

Carla Matilde said...

Bem, Maria das Pernas Compridas... Não imaginas como estas palavars me trazem boas recordações! Engraçado como coisas tão simples nos conseguem arrancar um sorriso inesperado dos lábios! Recordam tardes de chuva à janela, à espera que aliviasse para poder ir brincar lá fora. E quando a chuva engrossava, dizia a mãe «Lá vem a Maria das Pernas Compridas..» E a miúda esmorecia, enquanto contava as gotas escorrendo pela vidraça e imaginava as brincadeiras que podia fazer lá fora...