Thursday, September 4, 2008

Ainda é cedo para acreditar


Maria olhou para o céu... - o outono chegou mais cedo...na queda da folha e na quebra da alma – e pediu a um anjo que partiu que lhe désse força para continuar um caminho que devia ser “para a frente e para o alto”. Estava exausta.

Tinha-lhe descido um cansaço imenso....de tudo o que se faz tarde, de tudo o que se perdeu sem se ter, de tudo o que se sonhou amar, concretizar e fazer...
Quem inventou os sonhos?
Quem disse que íamos ser felizes?
Quem quis que os contos de fadas nascessem e criassem falsas ilusões nas mais tenras idades?
Quem traçou um trilho que quando é desigual nos aponta dedos e magoa?
Quem inventou esta vida de um mundo que não sabe o que faz?
Amores desencontrados, crianças esquecidas, cafés desmarcados...lembra o princípio do fim.
E quando se sente que o fim da linha pode ser próximo, o que se faz?
Como agir? O que pensar? Que rumo tomar?
Parece que a estrada estreita e, enquanto prosseguimos a marcha, não há luz no fundo...
Ensinaram-me um dia que, é preciso acreditar...que “Quando Deus fecha uma porta, abre algures uma janela” e que, “Atrás de uma montanha, existe uma outra ainda maior”...
Como nada é como dantes, é difícil acreditar...maria tenta, resiste, desiste e volta a acreditar...montanha russa de emoções e pensamentos cruzados...Fernando Pessoa, julgo, não pensava tão rápido, não chorava tanto, mas tinha as mesmas dores de alma...daquelas dores que, quem não é poeta não entende...dores caladas, sentidas, doridas e gritantes...
Amanhã, há uma pequena luz que pode ser este fim e, quem sabe...um novo princípio...

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